“Em time que tá ganhando, não se mexe” é um famoso ditado
popular brasileiro, que nos passa a mensagem: pra quê inventar moda com algo
que está dando certo? Mas, será que esse ditado se aplica mesmo a qualquer
coisa?
Vamos falar sobre casais de novela, ou melhor, sobre as
repetições de casais nas atual safra de novelas, e o melhor exemplo ao meu ver
para esse assunto é a dupla: Humberto Carrão e Isabelle Drummond.
Humberto e Isabelle tiveram a sua primeira parceria em 2012,
em “Cheias de Charme”, com o casal que encantou a todos: Elano e Cida. O
sucesso foi tanto, que no ano seguinte, em outra novela das 19 horas a parceria
foi repetida, dessa vez em “Sangue Bom”, que não fez o mesmo sucesso da trama
de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, porém é inegável que os personagens Fabinho
e Giane foram um dos, se não o maior, destaque positivo da história
protagonizada por Amora Campana.
E agora em 2014, a
parceria irá se repetir mais uma vez, em mais uma novela das 19 horas, “Geração
Brasil”, como os personagens Davi e Megan, mas, será mesmo que essa repetição é
mesmo necessária?
Qualquer um que tenha acompanhado “Cheias de Charme”
percebeu que 90% dos atores que participaram da trama das “Empreguetes” estão
em “Geração Brasil”, o que não é de se espantar, já que ambas as novelas além
de serem da mesma dupla de autores, ainda compartilham da mesma equipe de
direção.
É claro que autores e diretores preferem trabalhar com
atores e atrizes de sua confiança, mas ultimamente isso está se tornando algo
exagerado, e não é exclusividade de Filipe e Izabel, não. Em “Jóia Rara” também
vimos uma repetição exaustiva do elenco da bem-sucedida “Cordel Encantado”, em
“Amor à Vida” vimos vários nomes que estiveram “O Profeta”, quando esta ainda
estava no ar no “Vale A Pena Ver de Novo”.
Bom, mas voltando ao assunto de repetições de casais, será
que a repetição pela terceira vez seguida de um casal interpretado por Isabelle
Drummond e Humberto Carrão era necessária? Sabemos que a Globo passa por um dos
momentos mais críticos de sua história, em termos de audiência de sua
programação, e as novelas estão sendo um dos produtos mais afetados por isso, e
talvez por isso apostar no que deu certo uma vez, ou duas, no caso de Isabelle
e Humberto, seja o caminho mais seguro a se percorrer.
Mas essa dupla de atores não é a única que sofre do mal das
repetições, nesse bolo podemos destacar também Sophie Charlotte e Marco
Pigossi, que interpretaram o casal Amália e Rafael em “Fina Estampa”, e depois
repetiram a parceria em “Sangue Bom” como Amora e Bento. Thiago Rodrigues e
Fernanda Vasconcellos também tiveram a sua fase de “eterno casal de novela”
após saírem de Malhação onde deram vida à Bernardo em Betina na temporada de
2005, foram logo para o horário nobre, onde representaram Léo e Nanda, um dos
destaques da primeira fase da novela “Páginas da Vida”, e alguns anos depois,
repetiram a parceria na fracassada “Tempos Modernos”.
Outro casal vindo de “Malhação” que repetiu a parceria mais
recentemente foi Rodrigo Simas e Juliana Paiva, na recente “Além do Horizonte”.
Porém, o caso deles é o que deixa mais explícito o motivo de toda essa
repetição: o medo da rejeição. Juliana começou a novela sendo par romântico de
Thiago Rodrigues, mas o casal não deu liga, e por pressão de jovens fãs de
“Malhação” os autores juntaram o casal Lili e Marlon, revivendo assim o casal
sensação da última temporada de “Malhação”, porém, ao contrário da novelinha
teen, onde os seus personagens possuíam histórias e características que
combinavam, na novela das sete, o par ficou forçado e tão sem química quanto
Lili e William, e o que era a última esperança de salvar a novela de seu
fracasso iminente, afundou. E convenhamos, casais sem química estava longe de
ser o único problema da trama de Carlos Gregório e Marcos Bernstein.
Bom, “Geração Brasil” ainda nem completou duas semanas no
ar, e os personagens Davi e Megan nem tiveram seu primeiro encontro, então é
cedo para saber se no final das contas, o rapaz terminará a sua saga nos braços
da jovem americana moderninha, ou nos de Manuela (Chandelly Braz), uma menina
tão nerd quanto ele.
Fato é que como vimos com “Além do Horizonte”, casal nenhum
salva novela de fracasso, se não tiver história boa, não é personagem X ou Y
que carregará uma novela sozinho, muito menos um casal, então acho que já está
na hora da Globo começar a se desapegar dessas repetições e apostar em novos
pares para dar uma repaginada nos elencos de suas novelas, pois se continuar,
parecerá com o elenco de “Chapolin”, onde sempre vemos os mesmos atores
interpretando personagens diferentes.
E vocês o que acham dessas repetições todas? Deixe a sua
opinião!